Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), 40% dos acidentes de trabalho no Brasil estão relacionados a quedas de profissionais no exercício do trabalho em altura.
A participação do setor de construção civil no total de acidentes de trabalho fatais no país passou de 10% em 2007 para 16% em 2013, resultando em uma média de 450 mortes por ano – ou seja, cerca de uma por dia.
Pensando na segurança e em dar mais atenção às atividades profissionais desenvolvidas nas alturas, além de minimizar esse índice de acidentes, surgiu a Norma Regulamentadora 35 (NR 35). Essa norma foi criada em 2010, quando a Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) promoveu o 1º Seminário Internacional de Trabalho em Altura. A intenção da NR 35, que entrou em vigor em 2012 – e foi atualizada em 2014 – é estabelecer os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altura, de forma que garanta a segurança e a saúde dos trabalhadores do setor.
A norma é aplicável em todos os segmentos que realizam atividades acima de dois metros de altura e apresentam risco de queda. As orientações em vigor na NR 35 são relacionadas às responsabilidades da empresa e também do trabalhador. Para isso, alguns pontos são destacados na ementa: a importância de treinamentos, planejamento e execução dos trabalhos em altura, além de equipamentos de proteção e ancoragem e técnicas de emergência e resgate.
Trazendo orientações de segurança como essas para o canteiro de obras, é preciso destacar a importância de se realizar, primeiramente, uma conscientização a respeito dessas normas. Para isso, é necessário trabalhar regularmente em conjunto com a equipe em relação à adoção de atitudes seguras durante o expediente, o que faz com que o próprio trabalhador escolha ter e promover atitudes seguras. Uma das melhores estratégias é criar um sistema interno de fiscalização periódica para incentivar o comportamento seguro e evitar acidentes.
Confira três dicas básicas para destacar a importância da segurança no canteiro de obras:
#1 Treinamentos
A construtora deve promover treinamentos teóricos e práticos periodicamente com instruções claras para que todos, até mesmo os terceirizados, entendam claramente o que é trabalho em altura e os cuidados que ele exige. Durante as capacitações, deve-se enfatizar questões como normas aplicadas ao trabalho em altura, análise de riscos, medidas de prevenção, equipamentos de proteção e condutas em situações de emergência. Os treinamentos precisam ser ministrados por instrutores com experiência comprovada no assunto.
#2 Planejamento da obra
Se houver outras alternativas para a realização da atividade, o trabalho em altura deve ser evitado. Quando não for possível, deve ser executado por colaboradores capacitados que estejam em estado de saúde adequado e conscientes de todos os detalhes da tarefa. Também devem ser observadas influências externas que possam alterar as condições do local como clima e trabalhos simultâneos. Além disso, é essencial garantir que os EPIs e EPCs sejam de boa qualidade e tenham Certificado de Aprovação. É relevante lembrar que um sistema de comunicação entre trabalhador e equipe e pontos de ancoragem definidos por profissionais especializados no assunto sejam incluídos nesse planejamento.
#3 Equipamentos de proteção
Os EPIs e EPCs utilizados nos trabalhos em altura devem ser selecionados de acordo com grau de eficiência, conforto e resistência mais adequados para cada atividade. Também é importante levar em consideração a realização de uma rotina de inspeções frequentes a fim de identificar possíveis defeitos e degradações decorrentes do uso contínuo dos equipamentos de proteção. Em casos como esse, os materiais devem ser descartados, salvo quando a restauração for prevista e assegurada pelo fabricante.
Além disso, a manutenção dos equipamentos de proteção e até mesmo a gestão eficiente da segurança como um todo dos profissionais que trabalham nas obras da sua construtora pode ser apoiada por uma solução tecnológica especializada no segmento de construção civil, que registra e controla informações para ajudar você a não perder um só prazo e oferecer condições de trabalho seguras em toda obra que for realizar. O sistema auxilia nessa missão de gerenciar e integrar todas as áreas de uma empresa ao mesmo tempo que atende com propriedade a produção da sua empresa.
Principais equipamentos de proteção utilizados em trabalhos em altura:
Cinto de segurança tipo paraquedista: possui pontos de conexão a outros elementos de segurança. É capaz de reter uma pessoa em caso de queda e deixá-la suspensa;
Talabarte: garante que o trabalhador esteja conectado a pelo menos um ponto da estrutura durante seu deslocamento;
Absorvedor de energia: conectado ao talabarte, impede que a energia e o impacto da queda sejam transmitidos diretamente ao corpo do trabalhador;
Trava-quedas: ao sofrer um impacto, este dispositivo trava automaticamente e impede a movimentação;
Capacete: protege contra impactos, choques elétricos e objetos que possam cair dos andares superiores da obra, como ferramentas.
Linha de Vida: um sistema de ligação, que pode ser feito com cordas ou fitas, entre o cinto de segurança do trabalhador e um ponto de ancoragem. É considerado um Equipamento de Proteção Coletiva (EPC), uma vez que suporta mais de um colaborador simultaneamente.
Uma única ação não é suficiente para a prevenção de acidentes contra quedas. É importante ressaltar aqui que respeito às normas, análises de riscos, procedimentos de trabalhos adequados, avaliações médicas admissionais e periódicas, trabalhadores bem treinados e equipamentos de proteção de qualidade formam um conjunto de medidas que levam a um campo de trabalho muito mais seguro.
A adoção de medidas para prevenir a queda ou reduzir seus efeitos é responsabilidade de todos. Por sua vez, o empregado também deve respeitar a legislação e as normas internas da empresa e utilizar os equipamentos de qualidade e zelar por sua manutenção, além de informar defeitos e participar dos treinamentos.
fonte: https://www.sienge.com.br/blog/trabalho-em-altura-reduza-acidentes-de-trabalho-no-canteiro-de-obras/
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